Olá, para todos vocês!! Sextou e para quem não conhece, existe uma entidade que realiza testes em produtos diversos no Brasil. A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) trouxe uma informação para todos nós, amantes dos pães de forma, isto é, diversas marcas (10 ao todo) foram testadas e para surpresa de 100% dos brasileiros, 6 delas foram contadas com quantidade de álcool que podem vir a interferir em testes de alcoolemia (o famoso e popular bafômetro). O estudo teve título de “Tem álcool no seu pão de forma.”. E a treta na mesa do café da manhã foi servida…
Falando acerca do caso, o Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (DETRAN/GO) publicou um vídeo em sua rede social para demonstrar o impacto que o consumo de pão de forma (de determinadas marcas que não serão citadas em nosso bate papo, ok?!). Uma pessoa após ingerir duas fatias realizou o teste do bafômetro e o resultado foi surpreendente, ou seja, um registro de 0,12 miligramas de álcool por litro de ar expelido (mg/l). Na mesma demonstração uma outra pessoa come um pão de forma de marca distinta e… nada aconteceu em seu teste. Bastante curioso, não é mesmo?! Vale ressaltar que a margem de erro do equipamento é de até 0,04 mg/l. Na postagem do DETRAN ficou registrado que “Segundo a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), algumas das marcas de pão mais consumidas no Brasil tem teores elevados de álcool. Em três delas, o nível foi alto o suficiente para que o consumidor corra risco de ser reprovado no bafômetro caso consuma somente duas fatias antes de soprar o etilômetro.”. As empresas têm muito, muito mesmo a explicar para a sociedade!
Ah! Dr. Rodrigo, mas as empresas devem ter dito algo sobre o assunto. Sim! A manifestação foi a mais óbvia possível, ou seja, não se discute o resultado em si, mas a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI) divulgou nota no último dia 15 onde apontou falhas e inconsistências no estudo da Proteste. Logo, é sempre um caminho mais fácil colocar dúvidas nos estudos do que buscar a verdade real dos fatos e dos resultados. A Proteste informou que das marcas reprovadas seus pães de forma possuem mais de 0,5% de álcool em sua composição derivados, de acordo com seu estudo, de altos teores de agentes conservantes antimofo. Por conta dos resultados e da má visibilidade no mercado de consumo, a ABIMAPI disse “Na conclusão, a Proteste comparou seus resultados com valores descritos em legislações de bebidas alcoólicas, sem estabelecer relação do possível álcool presente em alimentos e o álcool das bebidas alcoólicas.” Com o seguinte complemento “(…) a comparação foi feita apenas por uma regra de três, o que é inadequado!”. A guerra de argumentos entre as entidades anda deve ir longe com manifestação de outras entidades como da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), da Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (PROCON), da Secretaria Nacional do Consumidor (SENACON), do Instituto de Defesa de Consumidores (IDEC) e outras interessadas. E a Proteste lançou contra nota nos termos assim escritos “A nota de discordância da Abimapi faz parte do Estado Democrático de Direito, entretanto, entendemos que a referida associação também deveria se preocupar com os resultados dos testes em questão.”.
Para a parte normativa dessa questão, a leitura do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) é crucial, pois, “Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência: Penas – detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.”. Imagine o leitor agora ter que se valer de um possível não consumo de pão onde o setor da panificação cresceu 7,4% apenas em 2023 e que em 2024 já se tem 21,3 mil novas padarias num total de 130 novos CNPJs por dia entre janeiro e a primeira quinzena de junho. S-e-u-r-r-e-a-l!! Num recorte mais severo, não se imagina (ao menos nesse momento) que o consumo de pães de forma nas quantidades apontadas seja capaz de uma alteração severa na capacidade de condução de um veículo, porém, alerta a todos que há algo minimamente errado na fabricação do alimento bíblico. E isso merece e deve ser investigado com o máximo de rigor.
Por fim, atenção sempre é uma indicação nesse espaço, pois, c-l-a-r-a-m-e-n-t-e é importante que algo seja feito para que uma suspeita não se torno futuramente um potencial meio de transgressão por condutores que consumiram algo simples como uma fatia de pão. A conferir!
A treta do pão bêbado