Uma terrível dor de Gulliver

Olá, para todos vocês!! Em dias recentes tive a alegria de mais uma vez, pois, aquilo que é muito bom deve ser repetido, assistir ao clássico cinematográfico “Laranja Mecânica” (A Clockwork Orange). Esse filme, baseado na obra-prima, na masterpiece, na chef-d’œuvre, na magnus opus do célebre autor britânico John Anthony Burgess Wilson, é de uma singularidade absurda. Pelas mãos do cineasta Stanley Kubrick combinada com a brilhante atuação do Malcolm McDowell temos em uns 136 minutos um horrorshow que em muito se assemelha aos nossos dias e às nossas relações sociais e familiares. Algumas adiante.

Em pleno ano de 2024 e seus quase 4 meses completos nos foi entregue diversos e diversificados temas para debate. Tivemos invasões de propriedades, ex-presidente com passaporte retido, bilionário americano se metendo em assuntos de soberania nacional que não lhe dizem respeito, apresentadora e modelo rica em guerra com seu ex-marido, guerras, enchentes em pleno deserto, um morto sendo levado a uma agência bancária, traições de casais e muitos outros imbróglios. Alguns desses, senão todos, possuem reflexos jurídicos que ensejam um debate sereno e sensato, sem romances ou emoções. Sobre o caso “Tio Paulo” e a busca pelo empréstimo perdido em um banco, esse colunista já escreveu sobre dias atrás. Acerca da traição cometida pela esposa em detrimento ao seu marido e cantor, o leitor – a quem hoje será chamado de “druguinho” – sabe que pode haver um processo judicial com condenação em danos? Sim! É possível. A infidelidade conjugal pode render ao traidor uma condenação em danos morais pela ofensa causada ao traído ou traída. Em uma busca simples no site do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) sobre o tema “A exposição de cônjuge traído a situação humilhante que ofenda a sua honra, imagem ou integridade física ou psíquica enseja indenização por dano moral.”. E lá em São Paulo já teve condenação também no valor de R$ 20 mil.

Em outra situação de tempos atuais – que merece ser lida ao sabor de um delicioso “moloko”, é a da condenação do bilionário brasileiro dono de rede de lojas pelo país. Em período eleitora, esse senhor esqueceu em que ano vive e foi buscar inspiração no passado horroroso do voto de cabresto. A condenação (felizmente, registra-se!) veio em montante de R$ 85 milhões. Assim disseram os promotores do caso “(…) os réus valeram-se de sua condição de empregadores para impor sua opinião política a respeito dos candidatos à Presidência da República e para vincular, de maneira absolutamente censurável, a manutenção dos postos de trabalho de seus colaboradores!”. Esse “velhoveck” e os seus tiveram o sabor de uma pesada caneta do judiciário e que assim sirva para todos os demais que atentarem contra a dignidade da pessoa humana ou mesmo contra a coletividade. E por falar em coletividade…

Se o estimado “druguinho” usa redes sociais é bom saber que algumas delas, sendo uma em especial, pode vir a deixar de existir em nosso país. Bom ou ruim, o que parece mesmo é que esse “krovvy” virtual expões muitas das mazelas. Pausa! Aqui vale recomendar o documentário “O dilema das redes”, “The creepy line”, “Privacidade hackeada”, “The story of contente” e muitas outras… Nesse tópico já teve manifestação e pedido formal de indenização solicitada pela Defensoria Pública da União (DPU) na bagatela de R$ 1 bilhão de reais em danos morais a serem pagos por Elon Musk (dono do X, ex-Twitter). Mas Dr. Rodrigo, quero ver mesmo isso acontecer! Meu descrente “druguinho”, sabia que os Estados Unidos podem banir o TikTok por lá? A Câmara dos Representantes estadunidense aprovou lei para banir o app caso o proprietário da plataforma com sede na China não vender sua participação dentro de um ano. Essa parte serve para rechaçar, afastar qualquer levante de dedo sem um mínimo de esclarecimento, afinal, antes de opinar… e-s-t-u-d-e!! Pois, quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser opressor!!

Por fim, “druguinhos”, se tiver “interessovated” em mais “horroshow” de toda sorte ao som divino de “Ludwig, Ludwig van”, veja o filme mencionado no início desse papo, leia livros como “1984” do gênio George Orwell ou mesmo “O animal social” de Elliot Aronson. Tem também “A sociedade de controle: Manipulação e modulação nas redes digitais” com um compilados de boas ideias de muitos especialistas… Atenção sempre e antes de defender um político, um magistrado ou um bilionário qualquer, busca saber como essa fortuna foi adquirida. Pode te abrir a mente, aumentar o conhecimento e não ter nenhuma “dor de Gulliver”!!