Esses novos e loucos tempos

Olá, para todos vocês!! A metade do ano está entre nós e, por mais curioso ou absurdo que seja, também entre nós várias e diversas questões que alimentam as hashtags por aí. Brigas, tretas, projetos de leis, lobbys e uma sorte de atos novos produzidos pelos agentes públicos e pelos privados. Alguns deles merecem espaço por aqui pelo simples motivo de que saber o que acontece pode ser de grande ajuda numa roda de conversa. Vamos lá?

No primeiro round temos a Proposta de Emenda à Constituição sob nº 3/2022. A famigerada “PEC das praias” que nos ofereceu uma sequência de bizarrices produzidas por jogador de futebol, atriz e comediante num duelo de quem conseguiria ser mais enfadonho e infantil… aplausos aos 3, pois, conseguiram. Em suma, a privatização em questão oriunda dessa PEC não seria das praias em si, mas do acesso dos banhistas, logo, impedimento de acesso ao público geral de área de uso coletivo em favor de empresas/empresários donos de resorts e afins cujo lobby, o de sempre, possui face no supracitado jogador de futebol conhecido como Neymar e família. Como sempre a máxima nos diz, “Não existe almoço grátis!”. Para quem é crítico dessa proposta como, por exemplo, o Painel Mar, aliado a um estudo elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente cujos resultados trouxeram à luz do conhecimento nosso que há um “avançado processo erosivo em 40% da costa brasileira”. Essa erosão, pelos especialistas, será intensificada o que causará um “estreitamento da costa” e pior “até o colapso do turismo com a supressão das praias”. Busque saber mais sobre o assunto!

No campo criminal, um caso reacendeu o nosso alerta sobre como lidamos com a psiquê humana. Isso porque após a morte de uma pessoa por ingestão de produto envenenado soube-se que a principal suspeita é a própria companheira do falecido. Até aí um crime passional que possui inúmeros casos similares. Porém, a frieza em que ela demonstrou ao depor é de causar arrepio até o último fio de cabelo. Em avançado estado de decomposição restou o corpo no apartamento e mesmo assim não a intimidou em passar dias por lá. O delegado, ao contar para o Fantástico, disse “Ela teria permanecido no interior do apartamento da vítima, com o cadáver por cerca de 3, 4 dias. Lá ela teria se alimentado. Ela teria, inclusive, nós temos isso filmado, ela teria descido para academia, se exercitado, retornado para o apartamento onde o cadáver se encontrava.”. Parece conto de filme de horror, mas é a vida real no seu estado mais necrófago possível. S-u-r-r-e-a-l!!

No campo da Educação as escola cívico-militares continuam a causar debates muitas vezes acalorados entre os favoráveis e os contrários. Em São Paulo o atual governador sancionou projeto de lei para implantação de escolas desse modelo doa a quem doer. Já no Paraná a questão teve até mesmo parecer da Advocacia-Geral da União (AGU) que entre outros menciona “incongruências com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e com o Plano Nacional de Educação.”. Nessa seara brasileira estamos atrasados e sem muitas perspectivas de melhorias, porém, acreditar que militarizar uma escola seja saída plausível é esquecer, sob a ótica deste colunista, que o problema não é dentro dos muros e sim o que ocorre além dos portões. A análise deve ser muito mais aprofundada que somente exigir uniformes, cabelos cortados e impedir a expressão pessoal de cada um em seus cabelos, por exemplo. Vale por demais aprofundar o debate considerando o que outros países mais evoluídos nesse campo fizeram.

Por fim, a Previdência Social (INSS) carrega o status de vilã quando se trata de volumetria de processos na Justiça Federal. A autarquia é má vista e má quista por quase 10 de 10 pessoas que usufruem ou necessitam de seus serviços. Segundo os últimos dados do Boletim Estatístico da Previdência Social (BEPS), somente em 2023 para cada benefício concedido o INSS indeferiu outro. Ao todo foram 5,9 milhões de novos benefícios concedidos naquele ano e outros 5,1 milhões negados. Nesse jogo de 1×1 perdemos todos nós pelo custo que essas ações judiciais possuem. Manter a realidade como está é como reclamar da chuva com o corpo encharcado. Questões levantados em nosso papo servem para que reflitamos cada dia mais direitos e deveres sob a premissa básica: quão loucos são esses novos tempos e até onde iremos com isso tudo?