O despertar da força

Olá, para todos vocês!! Iniciamos enfim o mês de junho. A metade primeira de 2024… e lá estão indo 180 dias em que muito aprendemos, erramos e conquistamos (sim, cada conquista pessoal deve ser celebrada!). Embora ainda percamos bastante tempo – e tempo esse por demais precioso – é curioso refletir sobre vários temas que passaram por este espaço, não é mesmo?! Falamos sobre T21, Síndrome de Down, projetos de leis diversos sendo a Casa Alta ou a Baixa, falamos sobre assuntos em Direito do Trabalho, Penal, Tributário, Família e Sucessões, Responsabilidade Civil e tantos outros. Hoje o tema principal de nosso bate papo será sobre a mobilidade urbana.

No dia 03 de junho é comemorado o Dia Mundial da Bicicleta para que a sociedade como um todo, isto é, nos termos ditos pelo Secretário Geral da Federação Europeia de Ciclistas reflita que “andar de bicicleta é uma fonte de benefícios social, econômico e ambiental – e isso é aproximar as pessoas. WCA (World Cycling Alliance) e a FEC estão extremamente felizes com esta declaração.”. Esse dia está previsto na Resolução nº 72/272/2018 da Organização das Nações Unidas (ONU) e é celebrado por aqui em terras brasileiras. Sabe-se que a bicicleta é um meio de transporte que está entre nós há bastante tempo, ou seja, remonta da China antiga cujo inventor (Lu Ban) nasceu há uns 2500 anos. Bem antes do carro, registra-se! Contudo, nem tudo são flores no meio ciclístico, afinal, estar de bike por aí é por diversas vezes correr risco de ir de “arrasta pra cima”. Infelizmente e bastante infelizmente mesmo, o Brasil ainda é um país cujo principal modal é o rodoviário priorizando carros, caminhões e motos ao invés do meio limpo.

Em um recorte de uma década (2012 a 2022) houve um aumento de 71% no número de acidentes com ciclistas atingindo impressionantes 15.095 resultando em inacreditáveis 316 mortes. Em relação ao perfil do ciclista brasileiro esse é de 80% de homens com idades entre 20 e 49 anos. Ponderando um risco objetivo quando se fala em andar de bicicleta, a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet) diz que “O capacete não é obrigatório no Brasil, mas evidências científicas comprovam que ele salva vidas, porque, com certeza, caso ocorra um sinistro de trânsito, eles vão ter menos chance de ter lesões graves e óbitos nas estradas!”. E a pandemia da Covid-19 trouxe essa realidade bem mais forte e recorrente nas ruas das cidades. Uma vez que havia restrições de aglomerações (vide ônibus e trens ou metrôs) a bicicleta veio como alternativa boa e barata (com ressalvas!) para os trabalhadores. Porém, até que ponto as cidades estão adaptadas e preparadas e ofertam estrutura para essa sensível mudança de mobilidade ou micromobilidade? Há muito a se refletir e a se debater acerca do assunto em questão.

O leitor, por exemplo, sabe que existe uma Coleção Bicicleta Brasil – Programa Brasileiro de Mobilidade por Bicicleta desenvolvido pela Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana vinculada ao Ministério dos Transportes? Logo em seu Caderno 1, esse Programa prevê a elaboração do Plano de Mobilidade por Bicicleta nas Cidades e, ainda mais, “A inclusão da bicicleta nos deslocamentos urbanos deve ser considerada elemento fundamental para a implantação do conceito de Mobilidade Urbana para construção de cidades sustentáveis, como forma de redução do custo da mobilidade das pessoas e da degradação do meio ambiente. Sua integração aos modos coletivos de transporte é possível, principalmente com os sistemas de alta capacidade, o que já tem ocorrido, mesmo que espontaneamente, em muitas grandes cidades.”. Um texto muito bonito de se ler, mas ainda longe de praticável pelos mais de cinco mil municípios brasileiros. Saber que somente em São Paulo (berço de um dos trânsitos mais caóticos que existe) houve um aumento de 14% de número de usuários de bicicletas é saber também que em 2022 houve a venda de 3,77 milhões de bicicletas no país de acordo com a Aliança Bike.

Por fim, meu caro leitor, as cidades devem o-b-r-i-g-a-t-o-r-i-a-m-e-n-t-e priorizar a mobilidade racional, ambientalmente limpa e barata com a redução dos custos para o setor. Evoluir como sociedade também é importante quando lá no próximo mês de outubro cada um de nós saiba escolher (de acordo com o que acredita) nos vereadores e prefeitos das cidades onde moramos. Mas, e por aí… o leitor já sabe qual o caminho que seguirá aquele que merecerá o seu voto quando falamos da mobilidade urbana? Atenção sempre e procure informações de seus candidatos sobre o tema… todos os ciclistas agradecerão!!